segunda-feira, 17 de maio de 2010

Bobby McFerrin - The Voice


















Não sei como, não sei porque, em minhas procuras pela discografia do Massive Attack, acabei descobrindo esse jovem senhor de idade chamado Bobby McFerrin. Após uma pequena googleada, o que descobri me deixou extremamente encantado. Tio Bobby é americano de espírito, apesar de ter nascido no Reino Unido, filho de pais músicos. Começou no piano, mas viu que sua praia era outra. Era usar o que Deus tinha colocado na sua garganta.


O louco McFerrin possui uma extensão vocal de apenas 8 oitavas. Portanto, seu maior talento é sua voz, coisa que ele usa como ninguém. Não tenho conhecimento se ele é o fundador, mas com certeza é um dos grandes impulsionadores do beat box. E tudo realmente começou com esse disco aqui, o The Voice.


O The Voice é todo gravado a capella, e isso em 1984. Infelizmente, minha ignorância musical só havia colocado outro disco assim na minha vida (o também magistral Medulla, da Bjork). Então, imagino como deve ter sido foda quando, no meio dos anos oitenta, o Bobby McFerrin chega com um disco gravado apenas com sua voz. E ainda mais em um meio onde os instrumentos ditaram regra, que é o jazz.

Não serei insano o suficiente pra fazer um comentário música por música desse disco. Ao invés disso, simplesmente aconselho que vocês ouçam ele sem preconceito. Deixo vocês com a música mais conhecida deles, pra dar uma aquecida nos ouvidos enferrujados de vocês.





Artista: Bobby McFerrin
Álbum: The Voice
Ano: 1984
Nacionalidade: EUA
Gravadora: Elektra
Tracklist:

01 - Blackbird
02 - The Jump
03 - El Brujo
04 - I Feel Good
05 - I'm My Own Walkman
06 - Music Box
07 - Big Top/We're in the Money
08 - I'm Alone
09 - T.J.
10 - A-Train

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Massive Attack - 100th Window


Ok, se você leu o post que falava sobre Portishead viu o nome dessa banda por lá. Na verdade, se você nasceu na ou ouviu alguma coisa da década de 90, já teve ter ouvido, ainda que sem saber, alguma música dessa banda. Sim, os fundadores do Trip-Hop que, com o álbum Blue Lines, trouxeram vida "nova" à cena musical, uma alternativa ao grunge que dominava o começo da década passada. Ainda que hoje algumas pessoas já profetizem que eles serão conhecidos no futuro apenas por ser a banda da música de abertura do seriado House (sim, aquela músiquinha legal é deles, e o nome da música é Teardrop).

Nascido em Bristol, celeiro trip-hopiano mundial (Portishead e Tricky também vieram da mesma região. Este último, aliás, já fez parte do Massive), o Massive Attack vêm desde 1991 apresentando uma qualidade invejável em seus discos (a despeito de algumas opiniões contrárias). Ainda que EU não considere o melhor, o disco Mezzanine é, sem dúvida, o mais famoso dele. Porém, do Blue Lines (o primeiro, de 1991) ao Heligoland (o último, de 2010), eles conseguem atestar uma identidade própria, ainda que repetitiva em alguns momentos. A banda é formada por "3D" (Robert Del Naja) e "Daddy G" (Grant Marshall), mas é conhecida pelas participações especiais em seus álbuns. Damon Albarn, vocalista do Blur e do Gorillaz, é uma das figurinhas carimbadas.

Se a banda é unanimidade mundial, esse disco que escolhi é a discórdia entre fãs e críticos. Alguns alegam que esse disco é simplesmente um disco solo do 3D, outros dizem que em 100th Window, o Massive se perdeu em sua própria história, vivendo de covers de si mesmo. Estranhamente, o mesmo disco é aquele que entrou no top 10 britânico assim que foi lançado e que conseguiu chegar em primeiro lugar no mesmo (talvez uma música chamada Prayer for England tenha ajudado XD). Eu considero, ainda que "bastante" diferente dos álbuns anteriores, um ótimo disco.

Future Proof, primeira música do álbum, nos apresenta uma atmosfera de "psicodelia de ciberespaço". Deixa eu explicar: não é uma viagem típica da psicodelia dos 60/70, e sim algo novo, uma ciber-trip, um vôo em um mundo de luzes e alucinações virtuais. Vozes confundem-se com bips e beats em uma legião internética. É como se eles quisessem dar-nos boas vindas ao mundo do século XXI, tão louco quanto o do passado, mas cujas loucuras abraçam as novas criações humanas.

Confesso que sou suspeito pra falar da segunda música desse disco. What Your Soul Sings, trabalhada na belíssima voz da Sinéad O'Connor, tem aquele tom confessional, algo entre um sussuro e um beijo, algo que embala enquanto tenta confortar. Ainda que a batida eletrônica afaste um pouco do calor humano, Sinéad e a letra da música mostram o que só um ser humano poderia fazer. Essa música é uma ode às coisas boas da vida, ao amor próprio e à felicidade. "Então faça sua escolha pela alegria / A alegria te pertence", e você começa a acreditar que realmente todo ser abaixo dos céus tem o direito de ser feliz. E a receita pra essa felicidade vem da própria música: "Abra sua boca e diga /  Diga o que sua alma canta para você".

Everywhen, terceira música do disco, me lembra muito Teardrop (do disco Mezzanine), acima citada. Ela começa pequena e aos poucos vai crescendo. Frases soltas e arrastadas se misturam a batidas leves numa agradável mistura, ainda que sem o brilho das demais músicas. Aliás, minto. O brilho está justamente na simplicidade, na calma que essa música nos trás. Já Special Cases, a próxima música, tem uma atmosfera opressora, sem você precisar ver a letra. Letra esta que, por sinal, só aumenta a opressão. Paradoxalmente, é uma letra de liberdade feminina, onde a Sinéad nos mostra que "Há tantos homens bons / Pergunte a si mesma se ele é um deles." Acho que o clima de opressão deve servir pra nos mostrar como uma mulher se sente enquanto pensa abandonar ou não seu companheiro. Como uma amiga sensata, Special Cases dá conselhos sensatos.

Butterfly Caught é uma das minhas preferidas do disco. Ela é estranha, começa de baixo, sons indistinguíveis, início de filme de terror. Um lamúrio, um coro de lamúrios, aquele nervosismo que começa devagar e vai crescendo. As batidas entram e sistematizam o nervosismo, cadenciam a esquisitice. Luzes e sombras alternam-se, sombras de monges , luzes fracas que ameaçam se apagar. Ou talvez um laboratório, o metal frio ao redor de tudo, os ecos por entre os corredores vazios. Essa definitivamente é uma música gostosamente sombria. Talvez minha visão dela esteja corrompida pelo belíssimo clip da mesma:


Massive Attack - Butterfly Caught
Enviado por hushhush112. - Veja mais vídeos de musica, em HD!


Prayer for England é, como o nome já diz, uma oração. "Faça com que outra criança não seja morta / Não deixe que outra busca feita em vão". É uma música extremamente bonita. A voz da Sinéad, já tinha se mostrado confessional em What Your Soul Sings e sarcástica em Special Cases, se mostra agora séria, comedida, realmente proferindo uma prece ao Espírito Santo ou pedindo perdão a Jah. Parece ter sido uma oração às crianças da Inglaterra, mas é um cântico que ressoa pelos continentes.

Smalltime Shot Away sempre me dá a sensação de um homem falando com um espelho, ou aqueles clipes em que passam a vida de uma pessoa normal, com filhos ao colégio, trânsito e um final com um abraço da/do companheira/o em uma cama com uma fotografia azul. Talvez eu esteja meio louco, mas até a letra me faz pensar isso: "We never leave each other 'cause we leave each other so cold (nós nunca vamos deixar um ao outro, por que nos deixaria tão frios). Name Taken continua no clima íntimo iniciado em Smalltime Shot Away. Frases arrastadas como em Everywhen, algo como um lamento às vezes, como um homem velho que olha a tarde passar de uma janela, e o calor deixa tudo mais lento.

Antistar fecha o disco. Algo que parece uma cítara grave se apresenta constante, dando um compasso indiano . Ervas aromáticas, incenso, talvez algumas dançarinas em um Taj Mahal nas nuvens. Como um oásis, tudo não passe de miragem. É uma música que se torna essencialmente instrumental do meio pro fim, e termina diminuindo a intensidade, até por voltar o ouvinte à sua confortável poltrona. Se ouvido o disco com atenção, alguns minutos ainda serão precisos para voltar totalmente à Terra.


Artista: Massive Attack
Álbum: 100th Window
Ano: 2003
Nacionalidade: UK
Gravadora: Virgin Records
Tracklist:

01 - Future Proof
02 - What Your Soul Sings
03 - Everywhen
04 - Special Cases
05 - Butterfly Caught
06 - A Prayer for England
07 - Small Time Shot Away
08 - Name Taken
09 - Antistar

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domingo, 4 de abril de 2010

Portishead - Portishead [1997]


Ok, estava devendo alguma coisa de Portishead pra esse blog. Confesso que é uma das bandas que mais gosto e sou extremamente suspeito pra falar dela. Então, vamos à enrolação básica. O Portis (para os íntimos) é uma banda britânica de uma coisa chamada trip-hop. In fact, o trip-hop surgiu na primeira metade da década de 90 em uma região da Inglaterra, perto da/na cidade de Bristol. Curiosamente, todos os nomes que fundaram a cena vêm de lá. O nome Portishead, aliás, é um distrito da cidade de Bristol. Os Portis, junto com o Massive Attack (outra banda que devo um post) e Tricky (que começou no Massive e depois seguiu carreira solo), ajudaram a fundar e a consolidar esse ritmo estranho, utilizando sintetizadores e baixa RPM. No Portishead, essas características foram ainda unidas à voz perfeita da vocal Beth Gibbons e dos arranjos de Geoff Barrow.

Apesar de homônimo, este não é o primeiro álbum da banda, sendo este título do álbum Dummy, de 1994. O Dummy, com a música Glory Box, foi quem tornou o Portishead conhecido mundialmente. Agora, confissão de fã: a Glory Box é, com certeza, a música mais conhecida deles, mas nem de longe é a melhor. Portanto, desconfie se você encontrar algum "fã" da banda que diz que esta é a melhor música ever. Provavelmente, ele/ela só ouça Portishead como "música ambiente" para sexo ou algo do tipo. Sim, Portishead é bastante associada ao sexo, mas limitar a bnda a estes momentos é desperdício.


Considero este o álbum de estúdio mais perfeito da banda, perdendo apenas o posto de melhor álbum pra o Roseland Ballroom, o álbum ao vivo que eles gravaram em 1998, que eu postarei depois. O mais incrível deste álbum é que até as músicas comerciais são muito boas. É o caso de All Mine, a faixa que abre a bolacha. Apesar de que após você ouvir o disco todo, você percebe que esta é apenas uma espécie de introdução ao mundo sombrio e intimista do trio britânico. Cowboys já te leva a um novo nível, com a voz cheia de efeitos e uma bateria cadenciada.

Porém, considero que é em Elysium que a coisa começa a ficar divertida. Enquanto ela (e você!) se arrasta lamuriosamente pelo refrão "But you can't deny how I feel / And you can't decide for me", você se vê envolvido em uma cortina de fumaça, onde tudo começa a girar. Apesar de Half Day Closing dar uma "trégua" momentânea à psicose, a música seguinte trás toda a magnitude que a banda pode criar. Humming é aquela música que te envolve, te aperta o coração, aquele arrepio que percorre todo o corpo desde o primeiro som (na verdade, se arrepiar é uma coisa constante quando se ouve Portishead). Não tem como negar toda a sensualidade e tesão que emanam dessa música. Tudo nessa música é perfeito, sufocantemente belo. Até o clip:


Após o carrocel sensual de Humming, Mourning Air vem para lembrar que o mundo não é esse gozo sexual todo. Muito pelo contrário, é uma manhã cinza de sábado, em que o ar viciado carrega lembranças e medos. Já Only You, eu considero como uma música realmente romântica, a despeito de tudo. "It's only you who can turn my wooden heart" é uma declaração de amor legítima, em que até a atmosfera se mostra confessional.

Over é outra daquelas músicas que te arrepiam desde o primeiro acorde. Ainda que simples, uma nota só, sua repetição, cadência e solidão harmônica fazem com que tudo pareça perdido, especialmente se você lembra o nome da música. Já Seven Months é uma aliviada para as próximas duas últimas músicas do disco. Ela sempre me lembra uma queixa, mas em tom de brincadeira. Undenied, por sua vez, é séria, soturna, e assim como Over e Humming, arrepia ao começo. Um piano acompanha a música e transforma tudo quase como um sonho...

Ou pesadelo. É como a triste resignação de descobrir-se apaixonado, mas não poder ter a pessoa amada. Aquela necessidade de continuar, mesmo sem vontade. E você continua, até cair em Western Eyes, última música do disco, e última música da vida para aqueles com coração frágil para emoções. O piano de Undenied continua aqui, mas agora ele fere mais do que embala. Enquanto que na música anterior, ele tinha algo de romântico, aqui ele é fatal, como o badalar de um relógio, marcando o passar do tempo, aquele que tudo corrói. "Yes i'm breaking", cantado por aquela voz arrastada, enquanto você automaticamente pensa "I'm breaking too"...

Para aqueles que têm alguma dúvida sobre baixar ou não este disco, só mais uma informação: na época, foi o único disco de 97 a dar testa no Ok Computer, do Radiohead.


Artista: Portishead
Álbum: Portishead
Ano: 1997
Nacionalidade: UK
Gravadora: GO! Beats Records
Tracklist:

01 - All Mine
02 - Cowboys
03 - Elysium
04 - Half Day Closing
05 - Humming
06 - Mourning Air
07 - Only You
08 - Over
09 - Seven Months
10 - Undenied
11 - Western Eyes

terça-feira, 23 de março de 2010

Bob Dylan - Highway 61 Revisited


Robert Allen Zimmerman. É esse moço da foto aí de cima. Também conhecido como Bob Dylan, é o responsável por influenciar 50 milhões de artistas do século passado (passado?), desde o nome da banda Rolling Stones até ter a primeira faixa desse disco aqui (que por sinal é a mesma que deu nome à banda do Mick Jagger) a escolhida como a melhor música de todos os tempos pela revista... Rolling Stones (ok, começo a duvidar da imparcialidade dessa escolha...)! Esse também é o disco de nº 0058 na lista dos 1001 discos para se ouvir antes de dormir.

Considerando que não faz sentido nenhum falar do artista, falemos um pouco mais do álbum. Foi o primeiro disco do homem a ser gravado inteiramente com uma banda de rock. A perfeita "Ballad of a Thin Man" é escola de como um bom blues deve ser feito. Na verdade, difícil escolher uma música que não seja clássica neste disco. Uma coisa que é interessante no álbum é o fato de ser uma típica trilha sonora para rodovias (highway) em uma longa viagem, na década de 60. Consigo me imaginar com aqueles óculos, um conversível, o vento no rosto e o Dylan tocando sua gaita. Perfeito!

Uma ótima definição pra esse disco eu encontrei aqui, no blog do Fabrício Pontin:

"Segue a maluquice bíblica de Highway 61 revisited, que deve ter influenciado desde Neil Young até The Mars Volta, passando por White Stripes, PJ Harvey e Television. A última música, com seus 12 minutos, é Desolation Row, e tem dylanófilos discutindo o que significa a letra até hoje – ainda que provavelmente não signifique merda nenhuma .
O album é indispensável para quem gosta de rock, e é mais importante que, bem, qualquer coisa que os Beatles tenham feito – embora, é claro, tenha vendido muito menos. Highway 61, junto com o Blonde on Blonde, é o ponto alto do rock na década de 60, e dá o tom para o que vem depois dele."

Claro que depois posto o Blonde on Blonde pra vocês. Enquanto, aproveitem o Highway 61.




Artista: Bob Dylan
Álbum: Highway 61 Revisited
Ano: 1965
Nacionalidade: EUA
Gravadora: Columbia Records
Tracklist:

01 - Like a Rolling Stone
02 - Tombstone Blues
03 - It Takes a Lot to Laugh, It Takes a Train to Cry
04 - From a Buick 6
05 - Ballad of a Thin Man
06 - Queen Jane Approximately
07 - Highway 61 Revisited
08 - Just Like Tom Thumb's Blues
09 - Desolation Row

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sexta-feira, 19 de março de 2010

iLiKETRAiNS - Elegies To Lessons Learnt


Assim que baixei esse disco, logo nos primeiros acordes e nas primeiras palavras quase sussuradas do Dave Marti, falando que jogamos um jogo de paciência, sabia que este seria um disco para toda a vida. Aquele arrepio ao ouvir a sentença de que estamos todos condenados a cair (We All Fall Down), a simples constatação fática de que não há saída, o fim se aproxima e nós somos os culpados (Twenty-Five Sins) ou o sentimento de total falta de culpa que nos trás a magistral canção que fala do assassinato do primeiro-ministro britânico Spencer Perceval, são exemplos que não há mais o que fazer.

Ainda que não saia do lugar comum das bandas deprês, o iLiKETRAiNS consegue elevar ao máximo aquilo que fazem estas bandas tão charmosas: o desespero e a tristeza. Não algo pessoal, indivíduo fechado e impotente em seu mundo, como o Radiohead, mas a infinita constatação do desespero em tudo, em todos. Ainda que sutil, tudo ganha um tom cinza. Tudo é terrívelmente arrastado para um furação, ainda que começe como uma simples brisa.

Deixando uma ressalta para o belíssimo vídeo da música Spencer Perceval:



Artista: iLiKETRAiNS
Álbum: Elegies To Lessons Learnt
Ano: 2007
Nacionalidade: Inglaterra
Gravadora: Beggars Banquet
Tracklist:

01 - We All Fall Down
02 - Twenty-Five Sins
03 - The Deception
04 - The Voice of Reason
05 - Death of an Idealist
06 - Remnants of an Army
07 - We Go Hunting
08 - Come Over
09 - Spencer Perceval
10 - Epiphany
11 - Death is the End

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quinta-feira, 18 de março de 2010

Andrew Bird - Noble Beast


Estreando o blog, nada mais interessante que o multi-instrumentista Andrew Bird, no seu último trabalho, Noble Beast. Interessantíssima a história dele, foi com este moço que eu conheci o método Suzuki.

Artista: Andrew Bird
Álbum: Noble Beast
Ano: 2009
Nacionalidade: EUA
Gravadora: Fat Possum
Produção: Andrew Bird
Tracklist:

01 - Oh No
02 - Masterswarm
03 - Fitz and the Dizzy Spells
04 - Effigy
05 - Tenuousness
06 - Nomenclature
07 - Ouo
08 - Not a Robot, But a Ghost
09 - Unfolding Fans
10 - Anonanimal
11 - Natural Disaster
12 - The Privateers
13 - Souveriam
14 - On Ho!

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